Ricardo Di Bernardi
Vida após a morte
Recordo-me como se fosse hoje, seu Euclides, pescador do norte da ilha, acocorado, com o seu cigarro de palha, a dizer-me: “Seu doutor, com todo respeito isso que a terra gira em “vorta do sol num podi sê.”
Na realidade ele sempre vira ao contrário. O sol nascendo ao leste e girando ao redor da terra, se pondo a oeste. Durante todos o seus 89 anos assim vira. Jamais conceberia algo diferente do seu condicionamento psicológico de sua realidade aparente.
Seu mundo tinha outras dimensões de realidade. Só cabia a mim respeitá-lo até pelos seus cabelos branquinhos de octogenário. Era como um indivíduo que vivesse num universo de duas dimensões, comprimento e largura. Tal qual uma folha de papel, que não tem espaço para outra dimensão.
Recordo-me também que um professor de física ao ensinar dimensões fez um círculo, colocou um ponto no centro e perguntou: Como um ser no centro do círculo, traçado a compasso, poderia sair deste círculo sem tocar em nenhum dos pontos traçados? Como ninguém se atreveu a responder, disse-nos que saltando por cima usando a 3a dimensão conhecida: a altura.
Hoje, fala-se em outras dimensões no universo. Buracos negros, passagens de uma dimensão à outra, mudança de tempo, e etc. As pesquisas científicas que investigam novas dimensões trazem-nos surpresas a cada dia. Mas há quem se recuse a crer nelas. Como “seu” Euclides...
O Dr Raymond Mood Jr. pesquisou mais de 150 pacientes que passaram pela experiência de saída fora do corpo (ou “Out of body experience”), para a 4a dimensão. Pacientes que foram dados como mortos mas, por massagem cardíaca e outros processos voltaram a vida e narraram o que viram e sentiram.
Contam que se sentiram fora do corpo físico, isto é, enxergaram seu corpo na maca, olhando em cima. Sentiram que seu eu ou sua individualidade estava pairando no ar e observando seu corpo lá em baixo. Assistem, admirados, as tentativas de ressuscitação de um corpo que descobrem ser o seu próprio. Sentem-se movendo por uma espécie de túnel ou passagem e escutam sons que não conseguem definir.
Observam cores estranhas no novo meio que os cerca. Ouvem, incrédulos, seus médicos declará-los mortos. Contemplam, pasmos, seu novo corpo mais leve e sutil: o corpo espiritual. Sentem-se emocionalmente perturbados e dizem (ao voltar) que estiveram em algo ou algum lugar como se fosse uma 4a dimensão. Alucinação? Efeito de drogas? Anóxia cerebral? Ação de anestésicos?
Descrevem, ainda, ver sorrindo a sua volta, em gestos amigos, ex-parentes e companheiros que já haviam morrido!
Súbito, percebem estar inundados de sentimentos de alegria e paz.
Mentalmente recapitulam, por um processo que não conseguem definir, toda a sua vida em seus pontos capitais. Vêem, como a desfilar em um filme tridimensional, imagens de sua infância, juventude e idade madura. O processo é interrompido bruscamente e o indivíduo se vê de volta ao seu corpo.
“Eu estava lá em cima no teto, vendo-os trabalhar em mim. Quando puseram os eletrodos no meu peito, e meu corpo sacudiu caí de volta nele. Como se fosse um peso morto. Dei por mim novamente em meu corpo...”
A principal hipótese a ser considerada ao examinarmos este relatos, é sem dúvida a inverdade. No entanto, crer que adultos maduros, emocionalmente estáveis que choram, emocionados ao contarem estes eventos ocorridos até há 30 anos, estejam mentindo todos juntos, contando exatamente a mesma mentira, é realmente uma proeza.
Assim, crer que um veterinário do sul dos Estados Unidos, uma simpática velhinha da fronteira canadense, um pipoqueiro da Califórnia, e assim por diante, até 150 pessoas de locais distantes tenham se reunido e conspirado durante 30 anos de pesquisa para contarem, em detalhes, a mesma mentira, não é admissível.
Admitir que o passado religioso das pessoas houvesse lhes influenciado na elaboração de suas histórias (mentira inconsciente ) , também é pouco provável. Nenhuma delas falou em céu ou inferno. O conteúdo das informações não difere entre os que informam não ter nenhuma crença em relação a daqueles que se dizem religiosos.
A explicação do fenômeno pela influência de drogas ou medicamentos, a princípio plausível, fica cada vez mais difícil de se aceitar. Em muitos casos, o fato de ver-se fora do corpo ocorreu em acidentes de trânsito sem administração de qualquer droga. Quando ocorrido em hospital, as drogas variam desde a aspirina, passando por adrenalina, até anestésicos locais e gasosos. Não há diferença nos relatos feitos por aqueles que sofreram medicação de vários tipos.
A hipótese de alucinação ou ilusão possui dois fatores que pesam contra.
Em primeiro lugar verificamos a grande semelhança de conteúdo que encontramos entre as descrições. Em segundo lugar as pessoas que passam pela experiência são gente normal, emocionalmente estáveis, alguns médicos e outros profissionais extremamente sérios e equilibrados.
Resta ainda a penúltima hipótese que é a anóxia cerebral, isto é, a deficiência de oxigênio que levaria a todos terem uma experiência comum. O que nos leva a descrer desta possibilidade, é o fato de que, em muitos casos, a saída fora do corpo os pacientes a tiveram antes do stress corporal ou fisiológico, que lhe causaria a anóxia.
Em alguns casos não houve qualquer injúria física que possa ter levado a uma deficiência de oxigênio cerebral. Além do mais, não foram encontrados, após a experiência, nenhum sinal de dano neurológico nestes pacientes, o que ocorreria em situações de anoxia cerebral.
Ficamos com a hipótese espírita. Cremos na vida após a morte. Dizemos até mais, não cremos na morte. Parece-nos mais plausível dizer que há vida, após a vida. Vida em outra dimensão da realidade. Contra estes estudos, antepõem-se dois preconceitos: o primeiro é o preconceito religioso, pois alguns religiosos mais conservadores ficam perturbados por quem quer que ouse pesquisar uma área supostamente tabu. Seria uma área “sagrada”.
Acham, alguns, que a questão da vida após a morte deve permanecer uma questão de fé cega, não posta em dúvida por ninguém. Não seria este um pensamento medieval?
O segundo preconceito é o preconceito científico, manifestado por alguns médicos pois classificam estes estudos como algo “não científico”. Penso que somos capazes não só de conquistar os espaços siderais mas também de descobrir a nossa própria natureza.
Esta postura de nossos colegas de ciência estimula minha criatividade, vou patentear um neologismo: postura avestruriforme. Lembra-nos a posição de uma grande ave que é ciente de suas dimensões avantajadas mas sua grandeza a impede de voar, o avestruz. Além de estar impedida de alçar vôo, pela excessiva grandeza, quando se vê ameaçada e não encontra saída, coloca sua cabeça em um buraco como se dissesse: “não quero nem olhar , o que vou ver não consigo aceitar”...
Prefiro conversar como “seu” Euclides...
ASSISTA TAMBÉM O VÍDEO ABAIXO...
Desculpem a falha de data já explicada para a Rute!!!Bjs carinhosos!
ResponderExcluirZilda,vc fez um resumo muito bom de tudo que vem depois da morte,das explicações espíritas e cientificas,ficou completo seu post!Eu tb acredito que seja assim e sou uma dessas pessoas que vivenciou uma experiencia pós morte,porisso creio mais ainda!Bjs e boa semana!
ResponderExcluirOi querida, amei seu blog e comecei a segui-lo viu (:
ResponderExcluirhttp://byjessicarodrigues.blogspot.com
bjs
Obrigada por seguir oficinadaalegriacaieiras.blogspot,estamos seguindo de volta! Abraço.
ResponderExcluirObrigada Anne!!Bjsss
ResponderExcluirValeu Jessica!!Obrigada.
ResponderExcluirObrigada amiga do Oficina!!Bjss
ResponderExcluirPOR FAVOR ME AVISEM CASO ESTEJA HAVENDO MODERAÇÃO PARA OS COMENTÁRIOS,POIS A CONFIGURAÇÃO É PARA NÃO TER,é COMENTAR E ENTRAR,SEM LETRINHA INÚTIL SEM NADA.gRATA.
ResponderExcluirbJSKSSSSS
O seu texto é irretocável.Infelizmente até cientistas tem medo de enxergar a verdade.
ResponderExcluirBeijos.
Zilda,
ResponderExcluirAinda bem que você chegou fora da data, mas chegou trazendo um relato muito oportuno para essa fase da vida.
Gostaria muito que, retirando o véu do preconceito, as pessoas lessem e se permitissem pensar sobre o assunto.
Obrigada por ter participado da nossa coletiva.
Bjs.
Olá, querida, desejo encontrá-la assim hoje:
ResponderExcluirAo sol da manhã
uma gota de orvalho
precioso diamante.
(Matsuo Basho)
Infelizmente não pude comparecer mais cedo... mas meu coração esteve com VC... Creia, amiga!!!
Eu creio que a vida não termine aqui piamente!!!
Perfeitíssimo!!! RESSURREIÇÃO PURA!!!
"O orvalho não se reinventa em metáforas prenhes de ilusão… pois será sempre orvalho"…
BlueShell
Deus te abençoe por ter caminhado por 7 meses conosco...
Seja feliz e abençoada!!!
Um bjm fraterno de paz e o meu carinho de sempre...
Conte comigo também!!!
http://espiritual-idade.blogspot.com/
Obrigada Élys.Bjs na alma.
ResponderExcluirEu que agradeço a oportunidade Gina.Bjss
ResponderExcluirObrigada pela presença e carinho Rosélia.Bjsss
ResponderExcluirExtraordinário Zilda!
ResponderExcluirValeu a pena esperar por sua participação.
Demorei a vir porque ontem fui eu que fiquei com uma tremenda dor de cabeça, rsrsr.
Você focou um ponto muuuito importante:
«as pessoas que passam pela experiência são gente normal, emocionalmente estáveis, alguns médicos e outros profissionais extremamente sérios e equilibrados.»
Porque às vezes o que nos faz duvidar, são as pessoas que fazem "espetáculo", grandes xiliques, tremendos teatros... Agora as pessoas integras e de maturidade emocional conseguem passar o conehcimento exemplarmente.
Beijinhos de admiração.
Rute
Eu tb sei q existe vida após a vida!
ResponderExcluirLindo texto!
Bjs no coração
Bom que gostou Rute!!Bjs na alma.
ResponderExcluirAinda bem que nós sabemos Aaliyahrj...Bjss
ResponderExcluirOlá Zilda! Sou do blogueiras unidas e estou lhe fazendo uma visitinha e lhe seguindo.Espero vê-la tbm no meu cantinho http://fatimartes.blogspot.com
ResponderExcluirUm abraço.
Obrigada Fátima!!!Bjsss
ResponderExcluirJá estive em seu blog....
Oi Zilda ! Sou do Blogueiras Unidas e vim conhecer seu blog e, conheço algumas pessoas, fora da blogosfera, que adorarão conhecer seu espaço. Vou recomendá- lo ! Bjss
ResponderExcluirMuito obrigada Aline!!!Grande beijo.
ResponderExcluirZilda, senti uma paz interior.
ResponderExcluirDei um copy para ler mais uma vez.Voltarei.
Obrigada por esse momento.
Um beijo
Querida amiga,teu texto nos faz refletir sobre este tema e pensar com Shakespeare."Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia."beijos
ResponderExcluirQue bom Lau!!!Saúde e paz!!
ResponderExcluirCorreto Vera!!!Obrigada pela presença.Bjsss
ResponderExcluirolá keridinha... venho agradecer ke me deixa ALEGRE a visita MUITO OBRIGADA e volte sempre ke puder tá... convido p/ visitar "Portal da Amizade"... AMÉM!!! Bjs Dedéia
ResponderExcluirhttp://portal-amizade-dedeia.blogspot.com/
http://dicas-ajudarvcs.blogspot.com/
Email, Orkut e MSN:dedeia.psp@gmail.com
Obrigada Dedéia!!!Bjs na alma.
ResponderExcluirA vida e suas surpresas...beijo Lisette.
ResponderExcluirOi Zilda,
ResponderExcluirtudo bem com você?
Vim entregar um convite:
não sei se você sabe mas estamos ressoando BCFV desde dia 17. E sem prazo para terminar. Não sei se olhou algumas das participações. Mas já são várias as Ressonâncias - cinematográficas, literárias, musicais, culinárias, informativas, biblicas, energéticas, poéticas, coloridas, etc...
Dai que venho desafiá-la a ressoar junto.
Você quer apresentar-nos Ressonâncias Espiritas, por exemplo? Ou Ressonâncias do Evangelho segundo o Espiritismo, outro exemplo.
A coisa funciona deste modo, associar cada fase da vida a 1 item. No seu caso seria uma frase ou trecho espirita que ilustrasse na perfeição o Nascimento, a Infância e por aí fora...
O que é que você acha? É interessante? Tá a fim?
Também pode escolher um tema a seu gosto para estabelecer o paralelo com as FV.
Beijinhos sutis.
Rute